É muito reconfortante e emocionante sentirmos a presença, o auxílio e a protecção do Alto.
NF
Espiritualidade com verdade
Abordagem de temas relacionados com a vida e com a Vida além desta.
O autor dos textos apresentados não segue o novo acordo ortográfico.
quarta-feira, 12 de maio de 2021
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Vida de um Espírito // A delicadeza do amor
Sempre me senti um privilegiado, pois nunca faltou quem me amasse.
Mesmo quando uns partiram, ora levados pela morte ora pelas circunstâncias da vida, sempre ficou ou apareceu quem me amasse. E eu sabia que nem todos podiam afirmar o mesmo.
Mesmo quando uns partiram, ora levados pela morte ora pelas circunstâncias da vida, sempre ficou ou apareceu quem me amasse. E eu sabia que nem todos podiam afirmar o mesmo.
Conheci-a
como que sem querer. Já sabia da sua existência, mas não me recordava de a ter
visto. Quando o nosso olhar se cruzou pela primeira vez senti algo
verdadeiramente único. Uma afinidade quase inexplicável, que não havia vivido
até então. Repentinamente tudo à volta se tornou secundário. Olhava-a
estupefacto. Já me tinha sentido atraído por alguém outras vezes, mas assim, com
aquela identificação, nunca.
Sabia
que em geral se desvalorizava o amor à primeira vista, quase tão fortemente
como os amores eternos, mas connosco passou-se assim mesmo e desde o começo.
Percorria
a vida sem companhia, há já algum tempo. Mas fazia-o por vontade própria.
Achava que precisava de me encontrar e para isso tinha de estar só. Tinha
decidido que para me envolver novamente, a vida teria que me surpreender. E
muito.
Na
verdade passava por uma fase em que acreditava, com a experiência que já
obtera, que na vida tudo podia ser provisório, sobretudo no amor. O que em
determinado momento parecia imutável, não significava que assim se mantivesse
até ao final. E isso entristecia-me. Gostava que assim não fosse. Como um
verdadeiro romântico sonhador (duas características juntas que no Mundo-Terra
se transformam num grande problema), com uma tendência assustadora para profundos
sentimentos e, para agravar, em fase de desilusão, sentia que não valia a pena
investir em grandes amores. Quanto maior fosse, maior seria o desgosto, quer
para mim quer para a pessoa envolvida. Para piorar as coisas, dava-me muito mal
com o sofrimento que poderia causar a terceiros. Em especial nas relações
amorosas.
Em
suma passava por uma fase em que achava que mais valia ficar quieto.
....
Teresa
era muito envergonhada, tímida, e fazia de mim uma diferença de alguns anos,
mais até do que seria suposto. Para menos, é claro.
Esse
facto criou-me alguns constrangimentos. Quando pensei nela pelas primeiras
vezes, como mulher, senti-me desconfortável, incomodado comigo próprio. Ela era
muito jovem, mas por outro lado transportava um ar tão meigo, tão imaculado que
quase me derretia o coração. A palavra certa talvez seja candura. Um ar que,
até ali, pensava não ser possível existir.
Não
fosse a intensidade daquele primeiro olhar, diria que tinha passado por mim sem
reparar. A maioria das mulheres, sabe-se, possui uma capacidade inata para,
querendo, dissimular o seu interesse. E depois é vê-los, aos homens, fazerem
aquelas ridículas figuras para se tornarem cada vez mais visíveis,
exageradamente simpáticos, gentis, alguns até com actos de autêntico
cavalheirismo, enquanto as mulheres se deliciam, sorrindo para dentro.
Pois
foi, comigo também aconteceu. Necessitava de confirmar o seu sentimento e por
isso não me contive. Exagerei como qualquer um.
...
Já
lhe havia prestado cuidada atenção, acima do que seria normal, quando a tinha
visto tomar conta, com incomum carinho, de um seu irmão mais novo. Tinha ficado
bem marcado na minha memória aquele movimento, o passar da mão pela cabeça
daquele menino, que tanto me tocara. Fiquei admirado como aquele gesto,
aparentemente tão simples, podia estar carregado da máxima ternura. Ajudou-me a
reforçar a ideia de Teresa ser uma mulher extremamente afectuosa.
Era
também muito decidida, de uma enorme transparência de sentimentos e de uma
grande franqueza. Dizia sempre o que pensava. Sem cerimónia. Mas o que mais me
entusiasmava era pensar no que seria sentir-me alvo de toda aquela ternura,
daquela delicadeza.
Um
dia, sem ter ainda grande à-vontade, aproximei-me dela e fiz-lhe um elogio. Era
de facto muito bonita e lembrava-me as mulheres do Egipto antigo. Alta, tez
morena, com cabelo escuro e ondulado, de uma invulgar beleza. Embora sempre
tivesse mostrado cuidado com a sua apresentação, naquele dia, da forma como ia
vestida, pareceu-me ainda mais bela. Agradeceu, sorriu e corou. E eu senti pela
primeira vez que era correspondido. Estremeci. Não estava à espera e
curiosamente a incerteza na correspondência do sentimento tinha-me permitido,
até ali, uma sensação estranha de segurança. Admirado com aquela reacção doce,
mas inesperada, olhei-a fixamente. Naquele instante o nosso olhar cruzou-se com
uma profundidade tal que a intimidou. Uma vontade quase incontrolável de a
beijar invadiu-me. Mas contive-me.
A
partir desse dia, e tal e qual um jovem adolescente, passei a não conseguir
adormecer sem pensar nela. A simples recordação do seu rosto tranquilizava-me.
Com o decorrer do tempo ganhei o hábito gostoso de, ao adormecer, apenas me
deixar tranportar para o outro lado com a sua imagem na minha mente.
....
Quando
a tive pela primeira vez junto a mim, dormindo pela manhã, não me cansei de lhe
pedir mentalmente que despertasse. Embora fosse um quadro de uma beleza que
jamais observara, ao mesmo tempo parecia um desperdício vê-la assim tão longe.
Necessitava da sua companhia e todos os minutos se tornavam poucos. Insisti.
Ela acordou e sorriu. Sorriu como nunca vi alguém fazer. A sua face iluminou-se
e o meu coração desfez-se. Aí, tive a absoluta certeza de ser ela a mulher da
minha vida.
Fui
imensamente feliz com Teresa. Não só pelos lindíssimos filhos que pudemos partilhar, mas sobretudo porque foi
minha companheira, no verdadeiro e abrangente sentido da palavra. Sempre me
orgulhei de a ter a meu lado. Nunca serei capaz de esquecer a ternura que
trouxe à minha vida e o sentimento de permanente acompanhamento que
experimentei. Senti-me um afortunado e de certa forma um protegido, pois era
exactamente o que havia pedido em oração até então: que me iluminassem e
colocassem no meu caminho quem verdadeiramente me amasse e acompanhasse.
A
partir daquele momento, a vida, apesar de todas as adversidades que ainda me
quis apresentar, tornou-se francamente mais fácil. O meu coração ganhou novo
fôlego e a resistência de outrora voltou.
Foi muito importante para o meu restabelecimento interior. Devo grande parte
do meu sucesso, como ser humano espiritualizado, ao aparecimento de Teresa na
minha vida. Complementou-me.
Por
outro lado aprazia-me o facto de saber que se sentia feliz a meu lado. Eu sabia
que me amava, nunca tive razões para duvidar, mas também sempre senti a sua
certeza no meu amor. Formávamos, como vulgarmente se diz, um par perfeito.
NF
quarta-feira, 6 de junho de 2018
Pensamentos // Finalidade
Não será possível compreender alguém, amar alguém, sem primeiro entendermo-nos a nós próprios, olharmos o nosso interior e tentarmos descortinar a riqueza que existe no interior de cada ser humano, em especial na sua diversidade de sentimentos e de estados, no instável equilíbrio, na sua aparente incongruência. Naquela que existe entre o que possui de bom e no que inevitavelmente tem de corrigir, com a finalidade única de se tornar cada vez um ser melhor, cada vez mais próximo do Criador.
Ao percorrer o caminho de forma esclarecida, estará
a justificar a sua verdadeira essência, a de um espírito em evolução, numa
busca incessante de sublimação até ao atingir dessa perfeição.
NF
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
Pensamentos // Essência
Somos como que portadores de um código, que contempla uma mensagem reveladora da Essência das Coisas, da Realidade Universal.
Todos e individualmente somos uma porção de matéria divina, parte integrante do fenómeno da Criação.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Silêncio
O uso constante da palavra, oral ou escrita, por estar sempre sujeito a escrutínio e a interpretações várias, requer frequentemente momentos de um reparador silêncio.
NF
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